segunda-feira, 15 de junho de 2009

talvez

hoje paro aqui para deixar uma pequena história. uma relação impossível que dois seres tentaram, colhendo os frutos mais tarde. digamos que os frutos não foram os esperados, mas foram os que se aproveitaram.

a cumplicidade nasceu de repente. aquele rapaz não parecia disposto a perder tempo, embora ela fosse apenas uma estranha, ele quis aproximar-se. olhou-a e voltou a olhar, sendo minucioso como nunca tinha sido antes. quis conhece-la rapidamente e quando se sentiu pronto avançou. ela, surpreendida por ele falar com ela, sentiu-se curiosa, mas ao mesmo tempo atraída por aquele estranho que, apesar de se mostrar muito reservado, ali estava avançando aos poucos na sua direcção.
trocaram palavras. longas conversas e tão intensas que pareciam difíceis de acreditar. afinal, quem arriscaria assim em dois estranhos? ninguém, só eles. estariam certos?
o sentimento cresceu, e quase de forma mútua, com consentimento prévio, avançaram e tornaram-se um casal. o primeiro beijo deixou-os inebriados, extasiados, completamente excitados com as possibilidades que se abriam diante dos seus olhos.
tornaram-se confidentes, íntimos, existindo quase um para o outro. não aguentavam a distância que o dia-a-dia os obrigava a manter e por isso, no fim de cada dia eles se agarravam e beijavam como se a vida disso dependesse.
e esta situação durou e durou. entraram estranhos na vida um do outro, e quando deixaram de o ser, surgiram aquelas situações que surpreendem quem sempre viveu num conto de fadas. ele viu nela algo que nunca imaginara ver naquele anjo. ela viu nele alguém que não parecia ser quem conhecera meses antes. a paixão esmoreceu e nada desenvolveu a partir de aí. deixaram que tudo acabasse, sem perceberem o que os tinha atingido.
talvez cada um tenha visto nesta fase um escape à sua vida, mas o que parece é que não foram capazes de se entregar como deveriam ter feito. de tanto estarem juntos e aos beijos e abraços, esqueceram algo, ou talvez nunca tenham reparado: eram ainda estranhos, e quando se conheceram, apreciavam em demasia a companhia um do outro.
sofreram quando acabou. sofreram, não pela perda de uma amante, mas pela perda de um companheiro, um amigo. talvez se a impaciência não tivesse tão grande, ainda hoje falassem regularmente. talvez...

2 comentários:

Á disse...

« mas o que parece é que não foram capazes de se entregar como deveriam ter feito. de tanto estarem juntos e aos beijos e abraços, esqueceram algo, ou talvez nunca tenham reparado: eram ainda estranhos, e quando se conheceram ...» (Acho que existe demasiada razão.)
Se calhar, o melhor nesta situação, é nunca pensares nos "ses" e muito menos nos talvez... São coisas da vida estão constantemente a acontecer. Tentar conhecer uma pessoa nunca é certo, muito menos previsivel. Nunca, nunca mesmo conheces o que queres conhecer numa pessoa, mas muito rapidamente reves o que mais desprezas na vida, com essa mesma pessoa. As pessoas estão constantemente a mudar. As circunstancias, o estado de esprito idem aspas. Nunca são elas e ao mesmo tempo são o mais profundo delas. É sempre assim que funciona. :)
Espero que estas famosas faces te passem.

Marta Rosa disse...

talvez ainda hoje namorassem..
O tempo não é inimigo da felicidade, é um aliado até..