sábado, 26 de setembro de 2009

ao olhar para trás, disse-lhe "não voltes a procurar-me..." e então ela olhou para mim, na sua face estava um olhar compreensivo, no fundo eu sabia que ela aceitava a minha decisão, mas que lhe custava mesmo muito. as lágrimas apareciam, "não faças isso" disse-lhe eu, "guarda as tuas lágrimas. não vale a pena deitá-las por mim. guarda-as para alguém que as mereça", "mas estas lágrimas não são por ti, são por mim...", "por mim?", perguntei, "sim, por ti. tu que me perdes, tu que nunca foste realmente tu, tu que sempre me rejeitaste e agora me descartas, tu que não passas de um desperdício de carne". e com isto também eu chorei, por a perder, pois nunca a tinha realmente tido; nem por ela me perder, pois eu nunca fui de ninguém; chorei porque ela me conheceu e nesse instante senti-me nu, exposto. e isso deixou-me desconfortável... mas feliz, pois ao dizer aquilo ela mostrou que me conhecia e para me conhecer, eu tinha que me ter dado.

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