quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Notícias que nos chegam aos ouvidos

É impressionante como de repente se viu todos os noticiários e edições de jornais inundadas de artigos sobre o assassinato de um jornalista, que hoje em dia já não era visto como tal, mas que se tornou um mártir. Não tenho nada contra o senhor, e desde já deixo os meus pêsames à família, e ainda os meus sentimentos à família do alegado culpado do crime.
Mas pronto, é isto. Não vale a pena, tal como fazem os jornalistas, ir perguntar à família se o rapaz tinha tendências criminosas, ou ainda à família da vítima como se sente com a perda de alguém. Claramente a resposta é óbvia, não é senhores jornalistas?
Se sempre fui um crítico assumido dos métodos de jornalismo utilizados pelos telejornais da estação de Carnaxide, ou até por outros jornais de edição impressa, não posso deixar de expressar a minha desilusão com os métodos de trabalho de todos os jornalistas que por aí andam. Por amor do senhor, como é possível que só saiam perguntas óbvias daquelas cabeças?
Se entre os leitores houver algum jornalista, ou quem conheça um jornalista, que não se enquadre nestas descrições, que se exprima e me mostre que eu estou errado, porque isso iria fazer-me feliz. Espero que no futuro não se leia em capas de jornais: "Homem morre e família fica triste- toda a história...".

Não quero com este texto denegrir a imagem de ninguém, nem minimizar a perda de um amigo e familiar de outrem, a quem como anteriormente deixo os meus sentimentos.

7 comentários:

D. disse...

A parte que eu mais gosto é eles pegarem nos tablóides e a partir daí fazerem a sentença, o recurso e o trânsito em julgado. Quem quer saber de atenuantes, agravantes, circunstâncias concretas, quando se pode ter um jornalista com conhecimento zero em direito a fazer o julgamento por si só?

Esqueceste-te da parte mais importante da história: provar que o jovem não era gay. É que parecendo que não, parece que as penas são mais graves para os homossexuais. Ou pelo menos na cabeça dessa gente.

Jorge disse...

Bem neste caso parece-me que será importante para a família provar que ele não é gay, podendo assim dizer que ele era um inocente que foi para lá ao engano, e que pensava que só ia a um desfile de moda... assim, quando um agressor tenta algo ilícito, ele passa-se. Muito da defesa deverá passar por aí, mas não me parece que pegue!

D. disse...

Pois... o problema é que se ele não for gay, o crime cola como crime de ódio e nesse caso ainda agrava a situação dele :P Os jurados não costumam gostar de pessoas que enganam velhinhos e ainda por cima praticam crimes de ódio. É essa a beleza de um sistema de jurados, poder manipular as histórias e apelar aos sentimentos da comunidade. A única coisa que era mais simples para ele era conseguir ser julgado em Portugal (o que nunca vai acontecer), onde o macabro do crime estava desligado dos sentimentos que pode causar na comunidade.

Jorge disse...

se fosse em Portugal, ele poderia muito bem vir a ver o seu processo a arrastar-se e com sorte vê-lo prescrever, como outro que vem noticiado hoje no JN. uma vergonha!

D. disse...

true! mas prescrições ocorrem em todos os países. Por acaso não vi a notícia, mas há casos em que faz imenso sentido a prescrição, porque os prazos são grandes e muitas vezes não faz sentido alguém estar a "pagar" por um crime que fez há imenso tempo. basicamente, nesses casos a sentença já não tem qualquer tipo de efeito.

Jorge disse...

Neste caso de fraude não faz nenhum sentido porque o estado sai lesado em mais de 30 milhões de euros... É uma estupidez.. Deixo aqui o link.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/interior.aspx?content_id=1757694

D. disse...

Na prática não faz sentido, na teoria faz. Porque no fundo quem é chamado à causa como réu, tem o direito a que a justiça seja rápida para que a incerteza quanto ao processo seja desfeita o mais rápido possível, porque uma pessoa em tribunal é sempre uma pessoa para quem se olha de lado :P Mas sinceramente, o MP e os tribunais estão carregados de magistrados que chegam onde chegam por causa dos nomes dos pais e das famílias de onde vêm. O mesmo acontece com muitos dos advogados. Portanto, não me admira que haja incapacidade por parte desta gente de perceber que se tem 30 dias, 15 dias ou 7 para proceder a diligências, as tem de fazer sob pena de as causas irem abaixo por prescrição. É que ainda por cima, é uma inocência pura achar que a prescrição não ser de conhecimento pelo tribunal leva a que as partes não tenham inteligência de a invocarem como defesa. Enfim, são as gentes que nos conduzem :P