sexta-feira, 8 de maio de 2009

é assim a vida

Escrevia como se não houvesse amanhã. (Haverá?) Absorto nos seus assuntos, não ligava a mais nada. (Haverá algo mais para reparar?) Deixava sair o que lhe ia na alma, pensando que nunca ninguém leria o seu texto, pois não pertence a um blog de opinião, é apenas um blog, um "Diário de um Banana". Porém, por cada pensamento desses, aparecia outro: "um dia ela irá ao encontro de um diário na internet e encontrará o teu, encontrará tudo o que lhe escreves, encontrará o teu mundo e perceberá num instante que é a tua inspiração." Talvez um dia ela repare realmente. (Como é possível que ela não repare nas pequenas pistas?) Sorria com essas hipóteses, sorria ao pensar como ela adoraria aquele texto, sorria a pensar no quanto a faria sorrir. (Mas porque é que ele não parava de pensar e falar em sorrisos?)

Já não sabe o que fazer, por vezes sente-se perdido. Da última vez tinha sido tão fácil e agora a vida não lhe dava tudo de bandeja. Há que trabalhr, e ele sabe, mas ainda não despertou. Será que ela o fará por ele? É evidente que não, mas ele sonha com isso.

Pensa nela enquanto ouve aquela música, aquela que sempre sonhou ouvir com alguém nos seus braços, aquela que nunca teve o prazer de ouvir com alguém nos seus braços. Pensa nela, pensa no seu último olhar. Aquele olhar que já o fez estremecer, aquele olhar âmbar, sorridente. (Outra vez?) Aquele olhar que o fez querer, desejar beijá-la, abraçá-la, tê-la e tocá-la sem qualquer tipo de restrições. Todos estes sentimentos num instante, numa fracção de segundo. Nessa última vez, ao aproximar-se para se despedir, sentiu um impulso, quis aqueles lábios, mas retraiu-se, foi correcto e nada fez. (Correcto? E se avançasse não o seria?)

Hoje escreve, relembra tudo sempre que se senta em frente ao computador, pensa nela, e anseia o momento em que ela lerá esse novo texto.

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