Ontem chorei. Chorei sem saber a razão, chorei por não saber a razão. Nem uma lágrima caiu, mas choro. Prestes a explodir, sinto-me cansado, sinto-me preso, sinto toda uma mistura de emoções que não me permitem que passe sem escrever.
A ausência de lágrimas assusta. Tornou-se agora uma necessidade, um escape que não surge quando se necessita, ou quando se quer.
Sofro de uma doença que todos sofrem, muito ou pouco, mas que ninguém compreende e para a qual não se conhece cura. Sofro de pensar, de ser racional, ou pelo menos é o que parece; mas também sofro do lado esquerdo do peito que aperta sem razão para o fazer.
"É uma fase" (acredito)
"Precisas de exteriorizar, grita!" (um dia, um dia)
Tantas coisas podem deitar uma pessoa a baixo, tantas... E no entanto tento agarrar-me ao pouco que me faz sorrir, mas basta um olhar, uma leitura, um toque e tudo é arruinado.
Sinto-me triste, sinto-me perdido num mundo que não parece querer ser o meu. Escrevo e nem um sorriso se desenha na minha face. Penso em algo que não existe, penso e nada concluo.
Tenho medo, tanto medo. O arriscar também custa, sabes? E se me sinto sozinho, é natural que o medo cresça ainda mais. Ajuda-me. Pode ser?
Foi um daqueles dias. Um dia em que tudo se acumulou, sem transbordar. Sinto tudo sem sentir nada. Apesar de estar cheio de dúvidas, sinto-me vazio, sozinho.
Onde estou? Para onde vou? Não sei, só sei que não vou por aí.
Leva-me para longe. Sem perguntas, sigamos o nosso caminho de mãos dadas ou não, mas sigamos.
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